19 junho 2014

One Life - Capítulo 4 - Goodbye



Justin´s P.O.V.

-I´ll be looking for you… -era a milésima vez que eu cantava.
-De novo! Por favor! –Caitlin me pedia manhosa.
-Amor, eu vou ficar sem voz! –dei um leve riso.
-Mais eu amor ela...
-Então me ajude á preservá-la, não á gasta-la. –passei meu braço por cima de seu ombro e lhe dando um beijo no rosto.
-Tem razão, porque sem sua voz é impossível viver.
-E quando eu partir? –perguntei e vi que ela deu um breve suspiro.
-O mundo nunca mais será o mesmo sem você.

Ela me beijou, esse era dos maiores medos de Caitlin, me perder, e devo dizer, e um dos meus medos também. Não imagino minha vida sem a Caitlin, ela me ajudou quando eu mais precisava enquanto o resto do mundo me desprezava como lixo. Caitlin foi a única humana.

Flash Back On*

-SUMA DA MINHA FRENTE! VOCÊ É UM DESGOSTO PARA ESTA FAMÍLIA JUSTIN BIEBER! –as palavras de minha mãe era nítida, e ela com certeza não iria aceitar um filho drogado como eu.
-EU SOU UM DESGOSTO? OLHE SÓ PARA VOCÊ! MINHA PRÓPRIA MÃE ME EXPULSANDO DE CASA! EU JÁ DEVERIA SABER QUE VOCÊ NUNCA ME QUIS! EU SOU APENAS UM OBJETO QUE VOCÊ MANIPULA, MAIS QUER SABER? EU NÃO VOU SER MAIS ESSE OBJETO! EU VOU EMBORA! E SE VOCÊ AINDA TIVER UM PINGO DE AMOR SINSERO E VERDADEIRO POR MIM ME PROCURE! –peguei minha mochila que estava em cima do sofá.

Sai de casa batendo a porta, eu nem se quer peguei meu carro, fui andando. Era quase meia noite, as ruas estavam escuras e frias, e era provável que eu poderia ser assaltado, assassinado ou até mesmo estuprado. O vento gelado me fazia sentir calafrios dos pés à cabeça, juntando o medo, meu corpo inteiro estava arrepiado. Eu não tinha nenhum lugar para ficar, meus amigos haviam se afastado de mim completamente, além do mais, quem iria querer um amigo drogado? Era normal para mim andar essas horas, tinha dias que eu só voltava para casa lá pelas sete da manhã, mais de uma certa forma eu estava inseguro e com medo. Previa que algo iria acontecer.
Andei algumas quadras, mais o cansaço falou mais alto. Sentei-me debaixo de uma árvore, havia um poste ao lado dela que a iluminava. O vento soprava cada vez mais forte, meus lábios já deveriam estar roxos á uma hora dessas, peguei um casaco dentro de minha mochila, serviu para amenizar um pouco o frio que eu sentia, mais os calafrios ainda estavam ali presentes. Encolhi-me debaixo daquela árvore buscando uma forma de me aquecer, mais foi em vão.
Fechei meus olhos e tentei dormir ou pelo menos me acostumar ao clima, mais de nada adiantava. Eu rezava pedindo ajuda, pedindo proteção para conseguir acordar de manhã. Meu celular estava descarregado, então ninguém me acharia tão fácil nessa cidade.

-Deus, por favor, me ajude, eu sei que pode ser tarde demais para eu pedir ajuda, mais, por favor, me perdoe, eu sei que mereço estar nesta situação, e sei que minha mãe não merece um filho como eu, mais eu lhe peço seu perdão.

Rezei baixo, era como se eu quisesse que um anjo aparecesse para me salvar desta situação.

-Hey está tudo bem com você? –uma voz delicada ecoou em meus ouvidos, achei que poderia estar ouvindo coisas.

Abri meus olhos lentamente para ter certeza de que não seria apenas uma alucinação minha.

E para minha surpresa, ela era real.

-Tudo bem? O que faz aqui fora uma hora dessas? Qual seu nome? –Caitlin estava ali, eu jamais esqueceria aqueles olhos azuis e aquela pele branca e delicada. Acho que ela não conseguia me ver pois eu estava de cabeça baixa e a sombra da árvore me escondia mais.
-Como se você não conhecesse esse babaca.

Vi que ela se espantou quando olhei para cima. Eu não sei se ela estava com medo de mim ou de ter me encontrado.

-Justin? O que faz aqui? Porque não está em casa? –por mais incrível que pareça, ela se aproximou de mim e colocou a mão sobre meu rosto –Está gelado como um morto, você é louco?
-A resposta de todas as suas perguntas: eu fui expulso de casa. –falei com a voz um pouco baixa, meus lábios doíam e pareciam rachar.
-Você é louco! –ela deu um breve riso.
-Todos dizem que sou louco Caitlin, mais eu não sou... As pessoas é que não compreendem meus pensamentos.
-Eu compreendo.

Dei um riso baixo, o frio estava me matando, e até agora eu não entendi o que Caitlin fazia fora de casa á uma hora dessas. Ela estava toda agasalhada, achei meio estranho.

-Justin, por favor, não fique nesse frio. Vamos até minha casa, se aqueça, coma alguma coisa, se quiser durma por lá, mais pelo amor de Deus, saia deste frio, pode pegar um resfriado ou uma pneumonia. –Caitlin ajudou-me a levantar, eu não estava entendendo mais nada, achei que ela me odiasse.
-Caitlin, você me odeia!
-Quem te disse essa mentira?

Flash Back Off*

Eu até hoje não entendo aquela noite, era como se eu tivesse achado um anjo.

Um anjo chamado Caitlin Victória.

Ri me lembrando daquela noite.

-Está rindo do que palhaço? –ela ria junto á mim.
-Achei que eu fosse louco aquela noite.

Caitlin deu um meio sorriso, selei nossos lábios. O amor pode vir de forma inesperada, mais é a melhor forma de todas. Passei minha mão pelo corpo de Caitlin, deitei em cima dela, nosso beijo ficou mais intenso, e a cada segundo nós víamos o desejo de cada um. Eu sou louco. Louco pela Caitlin.

[...]

Cai ao lado de Caitlin regulando meu fôlego que aparentava não existir mais, nossos corpos estavam suados e quentes, Caitlin estava com seus olhos fechados, retirei alguns fios de cabelo de seu rosto.

-Hey, eu te amo. –falei quase um sussurro.
-Eu também te amo. –recebi o sorriso sincero de Caitlin.

Puxei a coberta, a virei de frente para mim e juntei nossos corpos, eu podia sentir sua respiração e podia ouvir as batidas de seu coração, beijei-a na testa e dei um ‘’boa noite’’.

Acordei com o som da campainha, Caitlin ainda dormia, levantei-me com cuidado para não acordá-la, coloquei minha cueca que estava jogada em um canto qualquer do quarto e uma calça moletom, desci meio sonolento, achei meio estranho alguém vir a essa hora em casa. Assim que abri a porta, me deparei com um homem muito bem vestido, continha medalhas em seu peito, me parecia ser um sargento.

-Pois não? –tentei ser o mais simpático possível, eu não sabia o que ele iria me dizer.
-Justin Bieber? –o tom de sua voz me deixou com calafrios e um arrepio subiu pela minha espinha.
-Sim...
-Sargento Connor, o senhor Bieber está convocado para o Exército Americano, irá hoje ás três em ponto para o centro de combate.
-Como assim? Exército Americano? Mais eu não me inscrevi nem nada. –fiquei meio confuso.
-É obrigatório, o senhor queira ou não, ficará apenas três meses e depois poderá viver sua vida normal. Prepare suas malas, sairá ás três em ponto.

Ele saiu sem dizer mais nenhuma palavra, fechei a porta e não acreditei no que acabei de ouvir. Como assim? Exército? Eu? Por quê? Eu não vou agüentar três meses longe de Caitlin! Pousei minha mão sobre minha testa, eu não tinha mais nenhum pensamento, mais nada vinha à minha mente, eu estava quase chorando. Eu não posso deixar Caitlin assim do nada! Ouvi alguns passos descendo a escada, fingi não estar acontecendo nada.

-Justin? O que faz acordado? –ela estava linda, aquela cara de sono dela, era encantador.
-Ah... Não sei amor, eu acordei e eu vim aqui fazer café... –menti –Além do mais já é quase duas horas da tarde.
-Homem trabalhador... –ri falso.
-Pode dormir amor, tome um banho... Eu vou estar aqui. –meu peito doeu, eu não queria contar á ela.
-Vou tomar um banho, preciso urgente!

Dei um sorriso para ela, sentei na bancada da cozinha, abaixei minha cabeça, eu não conseguia me imaginar sem a Caitlin por perto, sem ela eu sou como um homem no meio do oceano sem uma bússola. Ouvi o barulho do chuveiro, subi as escadas sem fazer barulho, peguei uma mala e coloquei alguns objetos pessoais, algumas roupas, peguei uma foto de nos dois e coloquei na mala, fechei-a e escondi a mesma debaixo da cama, ouvi o chuveiro ser desligado, desci correndo e fingi estar fazendo café, peguei uma xícara e vi Caitlin na escada, ela estava realmente linda, toda sorridente, e ela mal sabia o que iria acontecer.

-Está linda como uma princesa. –falei olhando para ela.
-E você está lindo como um príncipe. –sorri.

Aproximei-me de Caitlin e dei um beijo, podemos dizer desesperado. Eu não acredito que vou deixá-la.

-Nossa, que beijo é esse? –ela riu.
-O beijo de bom dia e eu te amo.  –sorrimos um para o outro.
-Vai tomar um banho seu porco.
-Ótima maneira de me dizer bom dia. –ri.
-Bom dia, vai tomar um banho amorzinho que está fedendo e grudento.

Sorri, dei um último selinho nela, subi as escadas, tirei toda a minha roupa e entrei no box, eu não podia demorar, logo iria dar três horas. Eu não sabia como iria dizer a Caitlin que eu iria me ausentar por três meses, ela não vive um dia sem mim, assim como eu não vivo um segundo sem ela.
Terminei meu banho, coloquei uma regata preta, uma bermuda marrom e um tênis cinza, não ajeitei muito meu cabelo, ouvi a campainha, quando olhei no relógio era três em ponto, respirei fundo, peguei minha mala de debaixo da cama, desci as escadas de cabeça baixa, eu estava quase chorando, mais eu não podia me mostrar fraco perto de um sargento.

-Justin... O que é tudo isso? –ela estava com os olhos cheios de lágrimas.
-Acho que você já conhece a resposta Caitlin... –minha voz estava quase falhando, o choro estava preso na minha garganta.
-Não... Justin... Diga-me que isso é uma de suas brincadeiras e daquelas suas pegadinhas que eu sempre caio. –suas lágrimas escorriam de maneira inexplicável. Aquilo só me deixou pior.
-Caitlin, olhe bem para mim, meu estado, essa mala, minhas roupas, e veja se estou mentindo.

Olhei para ela com os olhos cheios de lágrimas, meu coração parecia ter sumido do meu corpo, eu já não tinha mais consciência de nada, minha vida parecia ter acabado ali. É incrível, quando você acha que tudo está bem, sempre terá algo para atrapalhar sua felicidade. Minha vontade naquele momento era de mandar aquela merda de Exército pra puta que pariu e viver minha vida normal ao lado de Caitlin. Aproximei-me dela, seu rosto se encontrava vermelho e sua feição totalmente triste e acabada. Seu sorriso foi transformado em lágrimas, e seu coração partido ao meio.

-Justin, por favor, não vá! Não me deixei, você sabe que eu não viveria um segundo sem você. Sargento eu lhe imploro, não o deixe ir! Eu não tenho ninguém como ele, Justin é o amor da minha vida, eu nunca desisti dele, nunca quebramos nossas promessas, e nunca nos separamos! Por favor, tenha piedade, deixe-o aqui! –Caitlin se ajoelhou de tanto chorar, eu já não tinha mais forças para vê-la daquela maneira, foi inevitável minhas lágrimas não escorrerem pela minha face.
-Sinto muito senhorita Victória, são ordens do governo. –Connor falava de um modo como se ele não tivesse dó e nem sentimento algum, chegava a dar nojo daquele homem.
-QUE SE FODAM ESSAS ORDENS! ELE NÃO VAI!
-Caitlin, por favor, me escute... Eu te amo, e eu voltarei o quanto antes de você perceber, eu te amo, e sempre vou te amar, não importa onde eu esteja. –ajudei-a a se levantar, dei o último beijo nela.
-Eu também te amo Justin...

Ajeitei minhas coisas, subi em cima daquele jipe de combate, onde havia mais cinco homens, pude perceber Caitlin falar um ‘’eu te amo’’ sem som, retribui com um sorriso e retribui com um sussurro ‘’eu te amo para sempre’’. O carro começou a andar e quanto mais longe de Caitlin eu ficava, mais minha dor aumentava, eu ainda não estava acreditando.


Nosso amor foi destruído pela guerra.

Para ou continua??
Gente desculpem a demora, internet da vivo tá morta!E eu nem to botando fé no capítuloE aí? O que acharam? Choraram? #NOT